Quando voltares a ser tu, avisa-me.

Não estou para palavras caras, nem palavreados confusos que ninguém percebe para além de mim, hoje quero ser bastante rápida e directa.
Para ti, (agora) sou apenas mais uma, sem significado nem importância nenhuma e isso magoa-me.
Tenho saudades tuas, daquilo que és realmente, saudades de ti no teu estado mais puro, sem infantilidades, sem sarcasmos , sem superioridades, nem melancolias...
Saudades de te ver na minha direcção com um grande sorriso estampado no rosto.

Quando te lembrares de mim e te aperceberes que sofro com tudo isto, eu vou estar aqui, quando precisares de mim, eu estarei aqui para te ajudar, quando me vieres pedir desculpa mais uma vez, eu vou desculpar-te, não por não gostar de ter pessoas chateadas comigo ou por gostar de ter razão e de ouvir um " desculpa-me " para aumentar o meu ego, mas por gostar demasiado de ti.

Quando voltares a ser "tu", mas mesmo " tu ", avisa-me .

Novidade espontâneamente diferente

As palavras têm sido poucas, a paciência ainda menos e inspiração , poderia atrever-me a dizer que nula.
Estou pronta para um novo começo, para uma vida nova, para todos aqueles aspectos que são mencionados ao comer as 12 passas e afins.
" Ano novo , vida nova " . Não preciso de uma vida totalmente diferente, não é bem este o espírito, mudaria sim alguns grandes ou minúsculos aspectos do meu futuro, sem saber qual é ele, mas algo novo será de certeza, se fosse algo antigo trataria-se do passado e não do futuro.
Eu quero é um futuro, um futuro diferente do passado que vivi, uma continuação do presente que vivo, mas algo significativo que diferencie todos os meus outros passados recentes do futuro que em breve será isso mesmo, apenas passado.
Costumam dizer que a pressa é inimiga da perfeição mas eu não preciso que seja perfeito, levaria anos e anos desperdiçados até ser tal e qual a sonhos, e se fosse tudo fácil , qual seria a diversão de viver ?
Repito, não preciso de perfeição e talvez precise de rapidez mas acima de tudo preciso de uma
novidade espontâneamente diferente.

indecifráveis, inválidas

Parei.
Parei de tentar perceber o porque dos " sempre " e dos " nunca ".
Para que servem ?
Nada é definitivo, nada é para sempre ou para nunca mais.
São como as promessas, são apenas palavras, somente fiáveis e válidas por certo tempo, e depois esquecem-se. Uma promessa é para sempre, esquecer é para sempre ? Não, não é.
Nada é para sempre, um nunca não é definitivo.
É como tentar perceber porque é que tantas vezes me disseste que sim, me prometeste e me fizeste acreditar, para quê ?E eu, parva, acreditei. Acreditei várias e várias vezes seguidas que era para sempre, fiz-me iludir que um fim só chegava aos outros.
É como tentar lutar contra o destino, ou fugir dele. Ele acaba sempre por nos apanhar por mais rápido que corramos.
Marco aqui a minha renuncia.
É como se comparasse as frases e as palavras que escrevo com os actores dum teatro, à frente são só elas no seu acto solitário, mas por trás escondem um mundo,que só eles e o realizador conhecem. Eu escondo um pensamento longíquo, um sentimento antigo, uma sensação que sigo amedrontada.
Renuncio, repulso, afasto, um pensamento que hoje está cá,que amanha pode desaparecer, mas a qualquer instante reaparece e refaz tudo o que pretendo destruir.
Quero encontrar algo novo (...)

Simples complicação

Nunca tive todas as respostas, nunca fiz as perguntas certas para tê-las.
Nunca soube o que te perguntar, o que te dizer, o que te responder.
Sempre esperei que algo caísse a meus pés, sem que tivesse de me mexer, sempre esperei que tudo o que tinha, ficasse à minha volta, sem ter que me preocupar em perder algo que me fosse precioso.
Nunca tive paciência para demasiadas perguntas, nunca quis dar demasiadas respostas, um " nada " e/ ou um " não " sempre me serviram perfeitamente.
Nunca conheci totalmente as minhas estratégias, nunca me preocupei em defini-las, e deixei-me levar por uma jogada perdida. Segui sempre pelo mesmo caminho com medo de cair, mas nunca me certifiquei se o chão que pisava era seguro.
Tive sempre medo, nunca tive palavras para explica-lo.
Nunca quis aprender tão depressa, nunca quis leccionar uma matéria que desconhecia, mas desde que não falasse de mim, podia tirar todas as dúvidas.
Nunca quis conhecer o desconhecido, nunca quis que o futuro chegasse demasiado depressa, nunca quis crescer antecipadamente.
Nunca quis ser algo que não sou, nunca quis que pensassem algo errado a meu respeito, mas sempre gostei que não me conhecessem totalmente, sempre utilizei as formas de expressão mais complexas e contraditórias.
Nunca pensei que ficar sem palavras fosse tão difícil, mas sempre soube que um dia haveria alguma frase pela metade, com as palavras mais difíceis de sair, com as ideias mais difíceis de expressar.
Sou simples, confundo, complico...

Dias, pessoas, críticas...


Hoje acordei com vontade de me revoltar contra o mundo, de apontar o dedo a tudo o que me desagrada , de criticar tudo o que é demais, de censurar tudo o que não existe e deveria existir.
Hoje apetece-me amuar sem motivo, apetece-me repreender os defeitos de todos à minha volta e as virtudes, associa-las a esses mesmo defeitos.
Estou chateada e não vou dizer a ninguém o que se passa, vou manifestar-me mas fechar-me em 7 chaves, tal como fazia antes. Vou falar em linguagem codificada para que não se preocupem , mas não quero que ninguém me perceba, desejar que alguém me decifre, hoje, não faz parte dos meus planos.
Vou-me irritar com atitudes que já aguento à demasiado tempo, vou-me fartar de manias que aturo constantemente mas que repulso com todas as minhas forças.
Hoje vou ser só eu, no meu estado mais parvo, no meu lado rejeitado, na minha face revoltada. Hoje, tal como todos os outros fazem de si mesmos, vou ser só eu , só eu e o meu ego, vou ter a minha auto-estima no ponto mais alto, vou ser confiante como nunca o fui.
Só me vou preocupar comigo, só vou pensar em mim, e ser do mais egoísta possível, quero ser a maior e a melhor, quero ter todo o protagonismo, quero estar na fila de frente, quero estar no lugar mais alto do pódio, quero ser só eu a admirada e imaculada.
Hoje só vou ligar a aspectos físicos, hoje não vou querer saber de simpatias, empatias ou qualquer tipo de sentimentos engraçados.
Só vou dar importância a objectos insignificantes, ser do mais superficial possível é um dos meus objectivos.
Hoje só vou aderir a modas, sem querer saber se gosto ou não.
Vou fazer da vida algo complexo, quando ela é do mais simples que pode haver.
Hoje pretendo transmitir uma mensagem que só alguns percebem, mas que a dirijo a todos , não pretendo deixar ninguém de fora. Hoje, tirei o dia apenas e só para criticar tudo e todos à minha volta.

Hoje vou esperar que chegue amanhã, para voltar a ser eu, no meu estado mais natural,voltar a ser eu, novamente.
Por favor não me critiquem por ser assim, porque para criticar, hoje, chego eu.
Tirei o dia para mim e mais ninguém importa.

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Não tenho muito mais a dizer,
para quê repetir e repetir o que tudo e todos estão fastidiosos de saber ?
A veridicidade das minhas palavras não é total, fiar no que digo será um erro.
E tudo isto são apenas letras, que tento juntar de forma a dar algum sentido à miséria de frases que escrevo, letras sem sentido, palavras vítreas que tento preencher.
Tudo tentativas em vão.
Tento constatemente criar um ideal meu, alguem que seja perfeito, criando essa mesma perfeição apenas e só à tua imagem, tu, que só existes no meu pensamento.
Mas de algo tenho a certeza , não voltará nem a ilusão, nem a esperança que durante certo tempo ainda mantive dentro de mim.
Apenas letras ,palavras e as frases que sem imaginação ainda consigo criar...
Tudo isto é em vão e sem sentido.

Não te consigo inventar


Não te consigo inventar.
Procuro.te mas não te consigo encontrar.
Vou até aos mais fundo dos poços, até ao mais longínquo dos esconderijos, só para te encontrar.
Vou até às profundezas de cada palavra, ao fundo de cada sorriso e descubro a intenção de cada abraço só para te encontrar.
Não te consigo inventar, não consigo criar uma tua imagem na minha cabeça, em que sejas a minha perfeição e , porventura, eu e tua. Não consigo imaginar-te, criar-te e descobrir o que escondes. Não consigo tocar-te ou sentir-se pois não sei onde te encontras.
Haverá algum sítio onde eu te consiga encontrar, já que imaginar-te não passa duma ilusão e inventar-te algo inútil?
Se pudesse, daria-te todo o tempo do mundo para me dares um aviso, um sinal da tua passagem, mas não tenho, a vida são dois dias, e no terceiro pode já ser tarde demais.
Hoje e amanha, esperarei pelo momento em que atinjas a profundidade dos meus olhos , consigas ler o que digo sem dizer uma palavra, e percebas que é por ti que anseio.
Que é por ti que espero, és tu quem tento encontrar, é a ti que te tento imaginar , e que és tu quem não consigo inventar.
Não vou desesperar à tua espera, vou imaginar, ansiosa, o dia em que surjas para seres o único com o dom de me decifrar.

Não fui só eu, não és só tu...


Custa-me sempre, custa-me sempre ver alguém a chorar, afecta-me, magoa-me.
Mas hoje custou-me mais, hoje ainda me conseguiu afectar e magoar mais. Senti-o, ao início, sem saber porquê, fiquei com aquela imagem na minha cabeça, apenas a perguntar o porquê.
Mais tarde, chegou-me aos ouvidos, não tinha sido só um arrufo ou uma " chaticezinha " , eu , porventura, passei pelo mesmo.
Quando soube deu-me uma vontade enorme de ir ter com ela, de falar com ela, de a abraçar, de lhe contar como se passou comigo , de lhe dar força e dizer que podia sempre contar comigo, que se alguma vez alguém não a compreendesse, que viesse ter comigo, eu iria compreende-la, sempre, esqueci completamente o facto de não ter qualquer tipo de confiança com ela.
Tudo o que está a sentir, vai-lhe passar, tudo o que a fere, vai sarar, todas as lágrimas que solta, vão secar. E voltará a sorrir, sempre pensando no assunto, mas sorrir como se nada tivesse acontecido.

Mundo Mudo

Este sim, deveria ter sido o primeiro texto publicado.
Hoje, reflecti, o porque do nome " mundos mudos ". E não, não é pelo facto de haver um nome de uma musica com esse título, até porque nem gosto da própria música, o nome fala comigo, a música não me diz nada.
O facto é que tenho o meu próprio mundo, o meu próprio mundo em mudança, acabo por mudar constantemente de gostos, de estilos, de cores, de feitios que ainda não reconheci em mim.
O meu próprio mundo mudo, em que mudo constantemente, não portando qualquer tipo de comunicado, mudo no meu mundo mudo, em que sou muda na minha própria linguagem.
Talvez por não saber falar com a voz, mas sabe-lo com os olhos e com as mãos.
Não sei o que é o acertado dizer em cada situação, em cada altura, a entoação certa para cada palavra, a rapidez ideal para cada frase. Acabo por atrapalhar-me e engasgar-me sem dizer aquilo que quero. Para que falar e falar se metade das palavras que digo não se aproveitam.
Por isso escrevo, talvez não me entendam no meio da minha confusão, talvez acabe também por confundir quem lê, mas ao menos sinto que disse o que queria, e quando assim não o faço, falo com os olhos que são a minha ultima oportunidade para dizer aquilo que nem escrevendo consigo transmitir, e quem conseguir decifrar o que digo com cada olhar é quem recebe a mensagem mais directa e sucinta.
Quem não percebe o que digo, não percebe o que escrevo , nem percebe a linguagem do meu olhar, tem o seu mundo surdo.
Vou continuar a mudar, no meu mundo em mudança, mudando sempre muda, e de uma maneira ou de outra , dizendo sempre o que quero.
E afinal de contas a música sempre me diz algo, pois foi com ela que falei do meu mundo mudo.

Carta de Amor

" Enquanto tento escrever algo, fico estasida a olhar para a folha branca , de caneta na mão, sem sequer escrever uma letra, por vezes torna-se difícil escrever mais uma vez aquilo que já se escreveu tantas e tantas vezes.
Não custa mais, pelo contrário, talvez já tenha dito tudo, já tenho deixado tudo no papel, se te mostrei tudo ? não, não mostrei, mas para quê, desde à algum tempo atrás que não quiseste saber mais o que dizia, do que falava, do que sentia...
Por esse mesmo motivo mencionei palavras sem querer que tivessem destinatário, sabendo que cada texto que compunha era apenas a ti direccionado.

(...)
Não escrevo com a intenção de demonstrador todo aquele amor que de tão bonito tinha, considero isto como apenas uma demonstração daquilo que sinto e acima de tudo senti por ti. É um desabafo para contigo, aquela confissão que nem imaginas que exista, a tal última despedida que te prometo silenciosamente, o sufocar de um sentimento guardado em segredo. "

Por medo, insegurança ou até mesmo cobardia, só fui capaz de mencionar as primeiras e últimas frases da carta que tive de te direccionar. Não a escrevi por escolha própria, por mim não voltaria a escrever nem sobre ti, nem para ti e muito menos por ti. Tive medo de ser julgada, medo de ter sido injusta na maneira como descrevi o que aconteceu, porque inevitavelmente, irás ler.
Mostro apenas a primeira e última parte pois no meio encontram-se todos os nossos defeitos e todas as nossas virtudes.