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Ainda não te dediquei muito tempo com os dedos nas teclas e o pensamento ligado ao que és. Ainda não te dei muito de mim assim, tenho pena. Acho que me habituei a não ter de te dizer nada, sei que sem saberes ,no fundo, sabes o que penso, porque sei que sabes que penso demais, demasiadas vezes. Eu sei que me conheces, sei que não preciso de acabar as minhas frases nem de explicar os meus suspiros.
Enfim, hoje disse-te que não tenho medo do que as pessoas possam fazer de nós, tenho medo do efeito das circunstâncias. Deste-me um piscar prolongado, uma cabeça em baixo e um momento de silêncio. Concordaste comigo do dedo do pé à ponta do cabelo mais comprido e vi isso nos teus olhos. Sim, os teus olhos dizem-me tanto. Dizem que tremem pelo mesmo que eu, só não sei se reagem da mesma maneira. Desculpa o meu sofrimento antecipado e desculpa se alguma vez me deixar cair a tua frente como me deixo cair perante mim. Sabes qual é o problema ? Eu conheço o rumo das coisas, eu sei como é que as coisas acontecem e como acabam. Mil desculpas por isto, mas conheces bem o meu lado realista, é este o problema, vou ser eu o problema.
Enfim, hoje disseste-me que concordavas comigo, que estavas comigo, encostas-te a tua testa à minha a olhaste por dentro dos meus olhos, eu sei que eles te dizem muito. Sorriste para me fazer sorrir. Abraçaste-me e ainda sinto a covinha entre o ombro e o pescoço. Pediste-me para aproveitar o dia, eu juro que o fazer.
Enfim, fizeste-me gostar de ti até mais não. Sei que não digo, mas gosto de ti que dói.
Peço-te, hoje, se alguma dia eu desistir que não desistas de mim, eu vou precisar disso.
Um beijo grande grande, do tamanho de todo o teu lado bonito, do tamanho do teu coração.
Da tua princesa, da tua sempre pequenina.