Detalhes III

Complicar é inevitável, tornar mais simples torna-se uma complicação.
Complicamos, complicamos e voltamos a complicar mais um bocadinho quando pode ser tudo tão simples, para quê seguir o caminho mais difícil quando temos o mais fácil mesmo à nossa frente ?
Podes levar-me pelo mais difícil. Podes ir de mão dada comigo. mas e se caíres ? eu não tenho força para te levantar, muito provavelmente largarte-ei a mão e seguirei sozinha ou simplesmente cairei contigo. E se for eu a cair ? Agarras-me ?
Para quê isto ? Podemos ir pelo mais fácil, podemos seguir pelo mais simples, e mantermo-nos de mão dada até ao "fim" , até sentirmos que já não há nada que mantenha as nossas mãos unidas (...)
Não preciso de 1 km a descer ou de 2 horas ao lusco-fusco, preciso de 3 passos atrás, cinco à frente e 5 minutos ao luar. Sem olhares, sem vozes, sem sombras, sem fumo...
Preciso do silencio do teu olhar, da paz da tua voz, da tua companhia deserta e das tuas mãos, das tuas mãos nas minhas ...
Percebes o que quero dizer, eu sei que sim
Não tornes melhor quando as coisas não estão bem, não tornes pior quando está tudo óptimo.
Para quê complicar ?
Tu não pareces ser, mas és, digam o que disserem, é-me indiferente, tu és, comigo és, és tu, és simples.
Eu gosto das coisas mais simples. Gosto de ti.

Detalhes II

É mesmo disto que preciso, de uma boa musica nos ouvidos e paz, de um bocadinho de calma nesta vida, agitada, imparável que tenho. Na verdade preciso de ir estudar, mas não interessa.
Hoje faz sol. A minha vontade neste momento era levantar-me do sofá, deixar para trás tudo, tudo menos tu e como se mais nada existisse, como se não houvesse ontem, como se não houvesse hoje nem amanha, sair daqui, sem qualquer tipo de mas, sem condições, obrigações, contradições ou tudo que acabe com a pouca sanidade mental que ainda me resta. Espero, impaciente, pelos dias em que possa fugir, com o sol a bater na cara, com o calor a queimar a minha pele, possa fugir de mão dada contigo, para o lugar que me traz aquela paz. A paz do barulho das ondas, a paz das tuas palavras silenciosas no meu ouvido a ecoar bem alto dentro de mim, sem pronunciares uma palavra, ouço tudo o que tens para me dizer. Até lá, a escolha é tua, podes ficar calmamente, minuciosamente, enquanto porfiamos sobre algo irrisório e valorizamos o que realmente interessa ou podes ir, podes ir sofregamente para que eu não dê pela tua saída, de modo a fechares bem depressa a porta para que eu não tenha a tentação de escapar pelo pequeno espaço aberto que possas deixar, receio perder, novamente, o orgulho que reconquistei , contigo. E se fores , mais breve do que penso, eu vou continuar a sentir o teu toque e a ouvir-te dentro de mim.
Mas prefiro que fiques, que fiques permanentemente, móvel, táctil, visível para que possa correr atrás de ti, sabendo que te continuo a ver, e sabendo que te posso apanhar, sem que me escapes pelos dedos.
Não consideres isto como um pedido desesperado e carnal da tua presença física, mas como uma vontade de te conhecer, de saber de cor cada expressão vincada que faças, de adivinhar as corres garridas do teu sorriso e de perceber o que queres dizer com cada olhar.
De um certo modo, já fazes parte de mim.