Detalhes II

É mesmo disto que preciso, de uma boa musica nos ouvidos e paz, de um bocadinho de calma nesta vida, agitada, imparável que tenho. Na verdade preciso de ir estudar, mas não interessa.
Hoje faz sol. A minha vontade neste momento era levantar-me do sofá, deixar para trás tudo, tudo menos tu e como se mais nada existisse, como se não houvesse ontem, como se não houvesse hoje nem amanha, sair daqui, sem qualquer tipo de mas, sem condições, obrigações, contradições ou tudo que acabe com a pouca sanidade mental que ainda me resta. Espero, impaciente, pelos dias em que possa fugir, com o sol a bater na cara, com o calor a queimar a minha pele, possa fugir de mão dada contigo, para o lugar que me traz aquela paz. A paz do barulho das ondas, a paz das tuas palavras silenciosas no meu ouvido a ecoar bem alto dentro de mim, sem pronunciares uma palavra, ouço tudo o que tens para me dizer. Até lá, a escolha é tua, podes ficar calmamente, minuciosamente, enquanto porfiamos sobre algo irrisório e valorizamos o que realmente interessa ou podes ir, podes ir sofregamente para que eu não dê pela tua saída, de modo a fechares bem depressa a porta para que eu não tenha a tentação de escapar pelo pequeno espaço aberto que possas deixar, receio perder, novamente, o orgulho que reconquistei , contigo. E se fores , mais breve do que penso, eu vou continuar a sentir o teu toque e a ouvir-te dentro de mim.
Mas prefiro que fiques, que fiques permanentemente, móvel, táctil, visível para que possa correr atrás de ti, sabendo que te continuo a ver, e sabendo que te posso apanhar, sem que me escapes pelos dedos.
Não consideres isto como um pedido desesperado e carnal da tua presença física, mas como uma vontade de te conhecer, de saber de cor cada expressão vincada que faças, de adivinhar as corres garridas do teu sorriso e de perceber o que queres dizer com cada olhar.
De um certo modo, já fazes parte de mim.

Sem comentários:

Enviar um comentário