Simples complicação

Nunca tive todas as respostas, nunca fiz as perguntas certas para tê-las.
Nunca soube o que te perguntar, o que te dizer, o que te responder.
Sempre esperei que algo caísse a meus pés, sem que tivesse de me mexer, sempre esperei que tudo o que tinha, ficasse à minha volta, sem ter que me preocupar em perder algo que me fosse precioso.
Nunca tive paciência para demasiadas perguntas, nunca quis dar demasiadas respostas, um " nada " e/ ou um " não " sempre me serviram perfeitamente.
Nunca conheci totalmente as minhas estratégias, nunca me preocupei em defini-las, e deixei-me levar por uma jogada perdida. Segui sempre pelo mesmo caminho com medo de cair, mas nunca me certifiquei se o chão que pisava era seguro.
Tive sempre medo, nunca tive palavras para explica-lo.
Nunca quis aprender tão depressa, nunca quis leccionar uma matéria que desconhecia, mas desde que não falasse de mim, podia tirar todas as dúvidas.
Nunca quis conhecer o desconhecido, nunca quis que o futuro chegasse demasiado depressa, nunca quis crescer antecipadamente.
Nunca quis ser algo que não sou, nunca quis que pensassem algo errado a meu respeito, mas sempre gostei que não me conhecessem totalmente, sempre utilizei as formas de expressão mais complexas e contraditórias.
Nunca pensei que ficar sem palavras fosse tão difícil, mas sempre soube que um dia haveria alguma frase pela metade, com as palavras mais difíceis de sair, com as ideias mais difíceis de expressar.
Sou simples, confundo, complico...

Sem comentários:

Enviar um comentário