Carta de Amor

" Enquanto tento escrever algo, fico estasida a olhar para a folha branca , de caneta na mão, sem sequer escrever uma letra, por vezes torna-se difícil escrever mais uma vez aquilo que já se escreveu tantas e tantas vezes.
Não custa mais, pelo contrário, talvez já tenha dito tudo, já tenho deixado tudo no papel, se te mostrei tudo ? não, não mostrei, mas para quê, desde à algum tempo atrás que não quiseste saber mais o que dizia, do que falava, do que sentia...
Por esse mesmo motivo mencionei palavras sem querer que tivessem destinatário, sabendo que cada texto que compunha era apenas a ti direccionado.

(...)
Não escrevo com a intenção de demonstrador todo aquele amor que de tão bonito tinha, considero isto como apenas uma demonstração daquilo que sinto e acima de tudo senti por ti. É um desabafo para contigo, aquela confissão que nem imaginas que exista, a tal última despedida que te prometo silenciosamente, o sufocar de um sentimento guardado em segredo. "

Por medo, insegurança ou até mesmo cobardia, só fui capaz de mencionar as primeiras e últimas frases da carta que tive de te direccionar. Não a escrevi por escolha própria, por mim não voltaria a escrever nem sobre ti, nem para ti e muito menos por ti. Tive medo de ser julgada, medo de ter sido injusta na maneira como descrevi o que aconteceu, porque inevitavelmente, irás ler.
Mostro apenas a primeira e última parte pois no meio encontram-se todos os nossos defeitos e todas as nossas virtudes.

2 comentários:

  1. Este texto é, sem dúvida, o meu favorito. Adoro o último parágrafo da carta, como bem sabes. Um beijo :D

    ResponderEliminar