Manhã não !

Acordei, a minha barriga apertou, levantar-me da cama parecia o maior pesadelo de sempre, meti-me debaixo do chuveiro ainda de mãos na barriga à espera que fosse apenas um mau começo. Quando dei por mim , estava já a sair de casa, de cabelo mal arranjado, com os pés enfiados nas sapatilhas e os cordões ainda por apertar.
Cheguei à escola e estampei um grande cínico e forçado sorriso no rosto, a ver se pregava uma rasteira aquilo a que se chama azar.
Sai no primeiro intervalo, fui até ao bloco, estava lá, tentei alcança-lo mas afastou-se, segui-o apenas com os olhos mas por pouco tempo, não podia "perder" tempo, dirigi-me à biblioteca na esperança de acabar o trabalho que me tinha chateado a cabeça a semana toda, abri os documentos, e deparo-me com nada, mas nada mesmo, tudo o que tinha feito na noite anterior tinha literalmente " ido com os porcos ".
Fui pelo impulso, não me importei com a aula asseguir, não me preocupei de como podia ficar cansada, não me importei com o tempo, apenas com a porcaria do trabalho, fui até casa, na esperança que lá estivesse o trabalho à minha espera.
Eram 11.20 da manha já eu estava a olhar para um funeral no caminho mais rápido para chegar á minha casa, sem paciência nem tempo para ter calma.
Cheguei a casa, liguei a maquina do café, enquanto a minha cabeça pedia por algo que me acordasse, o meu estômago pedia por algo ainda em jejum.
Liguei os computadores e nada, absolutamente nada.
Estava a caminho da escola, cansada, com uma boa dose de stress em cima, sem trabalho absolutamente nenhum, já com falta e um pressentimento de que ia levar um belo raspanete da professora.
Cheguei à escola, já mais calma, ela vinha ter comigo,para variar, ajudou-me ( ironia ) .Fui falar com a professora que foi até compreensiva quanto ao prazo de entrega do trabalho, bati a porta da aula onde devia estar, abriram, entrei e sentei-me, sem dizer uma palavra, o professor não perguntou, e eu também não responderia logo.
Tocou, sai, sentei-me no banquinho vermelho, ele fez-me sinal e eu limitei-me a ir ter com ele. Fomos almoçar e os pormenores ficam só para nós, revi pessoas que não via à muito tempo, fui para aqueles quadradinho verdes que eu tanto adoro, fui para a brincadeira da sexta as 6, e revi a felicidade que ansiava desde o momento que acordei.
A tarde compensou a minha manha, mas as horas matinais pareciam anos e as horas da minha tarde pareciam os segundos, rápidos, evitados, em que penso na manha que tive.

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