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Encho-me de energia preparo-me para aquilo que ultimamente tem deixado ser um hábito, um hábito constante que me traz a paz de espírito com que anseio constantemente.
E vagueio por palavras repetidas no pensamento, pensamentos gastos de orgulho, orgulho devastado por atitudes inevitáveis.
Escondo-me nas minhas próprias sombras e tento descobrir-me nos sítios em que os meus olhos não encontram o reflexo do que sou. Fujo do meu encontro comigo mesma e reencontro.me com quem não quero ser, para que as minhas ilusões e esperanças mais profundas desvaneçam e nem apenas fique a mera recordação.
Que a tal recordação não volte e me deixe perdida, escondida , como quero estar, sem destino de partida nem hora de chegada, sem raptos honorários de sono, sem sorrisos gastos em lembranças nem perdidos em pensamentos. Que não voltem as esperanças, que sejam poupadas para quem acredita que são as últimas a morrer, e que com elas morram também todas as minhas ilusões dum futuro impossível.
Que acabe, tudo, para sempre, sem mais nada por dizer.

2 comentários:

  1. Amo o texto, como sempre. Sofia, esquece aquelas objectivos quase impossíveis, o que tu escreves, já é o impossível. Um beijo grande do meu maior admirador dos teus textos e também teu, André André.
    P.S. Continua assim, modesta e sincera, como sempre foste e como és agora.

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  2. Muito bom, tens aqui mais um grande texto, sofia.
    Gostei bastante deste,
    Beijo (:

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